O Ministério da Saúde atualizou as diretrizes para o rastreamento do câncer de mama, ampliando a faixa etária atendida pelo SUS. Agora, mulheres de 40 a 74 anos terão acesso à mamografia. Antes, o exame era indicado apenas a cada dois anos para mulheres entre 50 e 69 anos.
A medida atende a uma antiga reivindicação de sociedades médicas, que defendem o rastreamento anual a partir dos 40 anos. Especialistas ressaltam que mulheres entre 40 e 49 anos e acima dos 70 concentram mais da metade dos casos e mortes por câncer de mama no Brasil.
Com a nova recomendação, a mamografia bienal segue obrigatória dos 50 aos 74 anos, mas passa a estar disponível também para mulheres de 40 a 49 anos. Já para aquelas acima dos 74, a decisão sobre o exame deve ser tomada de forma individualizada, em conjunto com o médico.
Segundo a Dra. Ivie Braga, 1ª Vice-Presidente da SRMG (Sociedade de Radiologia de Minas Gerais), a mudança só terá impacto real se vier acompanhada da preocupação com a qualidade dos serviços. “Trazer a mulher para realizar o exame precisa de ações que podem ser feitas não apenas pelo governo ou pelas entidades médicas, mas também pela sociedade como um todo. Garantir que o exame seja feito de qualidade e que os serviços que possuem qualidade seja identificados pela paciente também é um trabalho contínuo. O diagnóstico precoce do câncer de mama é um processo complexo e o controle da qualidade em todas as etapas é essencial. A partir dele, o tratamento da doença pode ser mais eficiente, menos agressivo e de menor custo, sendo o primeiro passo na redução da mortalidade pelo câncer de mama em nosso país.”, afirma.
O diagnóstico precoce, reforçam especialistas, depende de uma cadeia de cuidados bem estruturada, da mamografia inicial a exames complementares, biópsias e encaminhamento adequado para tratamento. Quando bem conduzido, esse processo permite terapias mais eficazes, menos agressivas e de menor custo, contribuindo diretamente para a redução da mortalidade por câncer de mama no país